Trata-se de um bloco carnavalesco da cidade de Gararu/Se, fundado há 15 anos, que desfila pela cidade no domingo de carnaval. O BLOCO DA LAMA Mil novecentos e noventa e oito. O Pré-caju, prévia carnavalesca de Aracaju, estava em plena efervescência e era o evento do momento: Sergipe quase todo havia passado por lá e dela só se falava bem. A nós, foliões gararuenses, restava tão-somente mais um ano de ostracismo nos festejos momescos. Assim, passávamos horas à sombra das árvores da praça Rio Branco a beber e a reclamar da nossa sorte festiva. Afora uma marchinha, ouvida ao longe, nada mais lembrava carnaval. Com uma ideia na cabeça e o apoio dos amigos de farra, pusemos o “Mosquitão” na rua. Éramos mais ou menos quinze inconformados que saíram às ruas sujos de carvão com algumas pintas brancas, e batendo latas. À frente, um mosquito Aedes aegypti caricato com uma plaqueta alertando sobre a dengue. Findo o cortejo, ficou a dúvida sobre o que faríamos no dia seguinte, último dia de carnaval. Em horário determinado, fomos à barrinha de seu Zezé vestir nossos “abadás de lama” e batucar nossas latas. Estranhamento. Repulsa. Críticas. Muitas críticas. Assim fomos recebidos. A cidade não entendeu nosso protesto, nossa grita. O que queríamos, mesmo, era nos divertir, melar nossos corpos e lavar nossas almas. A sorte estava lançada. Em 1999 houve a participação das mulheres; meia dúzia talvez, mas muito importante para o fortalecimento do bloco. Também houve a introdução de alegoria como abre-ala, o que se tornou uma característica, além do boi da cara preta. A princípio, o bloco chamou-se “VAMOS BATER LATA” – O Bloco da Lama. Porém, o epíteto caiu no gosto popular e, por ser mais representativo, assim ficou. Para quem não conhece o Bloco da Lama, vale ressaltar: a lama é resultante do encharcamento da argila de cor ocre. Em tempo: O Bloco da Lama não é o carnaval de Gararu. Berilio Vieira Idealizador do Bloco
